Espólio vítreo do Museu do Teatro Romano, Lisboa - Université d'Orléans Accéder directement au contenu
Communication Dans Un Congrès Année : 2015

Espólio vítreo do Museu do Teatro Romano, Lisboa

Résumé

Durante as escavações arqueológicas realizadas no Teatro Romano em Lisboa foi possível reunir um conjunto de fragmentos pertencentes a objectos de vidro de várias tipologias e datados dos séculos XVII e XVIII.O Teatro Romano foi descoberto em 1798 após o Terramoto de 1755, durante a fase de reconstrução da cidade de Lisboa. Devido ao elevado grau de destruição provocado pelo cataclismo, levou a que diversas áreas tivessem permanecido enterradas, selando contextos mais antigos, explicando assim a existência de espólio vítreo datado dos séculos XVII e XVIII neste contexto arqueológico. As intervenções arqueológicas no local iniciaram-se na década de 1960 mas apenas nos dez últimos anos os trabalhos foram mais efectivos. O conjunto de vidros em estudo foi encontrado num contexto de habitação, sendo de cariz utilitário. Na totalidade foram seleccionados para o estudo 64 fragmentos de um total de 97. Na sua grande maioria os fragmentos pertencem a garrafas para vinho, fabricadas em vidro escuro, tendo sido também possível identificar alguns fragmentos em vidro incolor e colorido. O universo de vidros estudados foi caracterizado por μ-PIXE e LA-ICP-MS obtendo-se assim a composição química dos mesmos (óxidos maioritários, minoritários e elementos traços) e por FORS a fim de se identificarem os elementos responsáveis pela sua coloração.Todas as garrafas analisadas apresentam elevado teor de óxido de cálcio e baixo teor em óxidos alcalinos, o que é tido como o vidro típico da garrafaria para vinho, tendo sido ainda possível determinar que os vidros incolores são do tipo silicatado-potasso-cálcico, o tipo de vidro original da Boémia, que predomina nos mercados europeus a partir da segunda metade do séc. XVII, vindo a sobstituir, também em Portugal, o vidro silicatado-sodo-cálcico de tradição veneziana, típico da Europa Mediterrânica [1]. As composições determinadas para os vidros deste espólio são comparadas com as de centros Europeus de produção coevos, com o propósito de discutir a proveniência dos objectos.
Fichier non déposé

Dates et versions

hal-02889305 , version 1 (03-07-2020)

Identifiants

  • HAL Id : hal-02889305 , version 1

Citer

I. Coutinho, T. Medici, L.C. Alves, L. Fernandes, Bernard Gratuze, et al.. Espólio vítreo do Museu do Teatro Romano, Lisboa: abordagem histórica e química de um conjunto arqueológico da Época Moderna. XI CONGRESO IBÉRICO DE ARQUEOMETRIA, Laboratório HERCULES; Universidade de Évora, Oct 2015, Lisbonne, Portugal. ⟨hal-02889305⟩
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